28.6.09

Salada ilustrada - Mafalda teen

Quem acompanha a movimentação dos quadrinhos brasileiros "em estilo mangá" deve saber que existe uma tendência nos últimos lançamentos feitos no Brasil. Da mesma forma que fez escola e provocou uma onda de personagens infantis nos anos 80 e 90 - como as versões mirins das celebridades Ana Maria Braga, Gugu Liberato, Leandro e Leonardo, Airton Senna, Trapalhões e afins - Maurício de Sousa antecipou a tendência desta década no Brasil com a Turma da Mônica Jovem, lançada em meados de 2008. Não demorou nem um ano para surgir um seguidor da juvenilização de antigos personagens infantis com a controversa Luluzinha teen.

Pode-se dizer que o brasileiro não estava exatamente inovando, já que, por exemplo, no Japão, em 2006, dois anos depois do seriado das Meninas Superpoderosas ter sido encerrado nos EUA, o animê Demashitaa! PowerPuff Girls Z apresentou a mesma proposta: ou seja, versões adolescentes de Lindinha, Florzinha e Docinho. De qualquer forma, o pai da Mônica levou a fama e garantiu o pioneirismo deste lado do Equador pelo menos.

Levando na brincadeira esse modismo, um grupo de desenhistas lançou o blog Salada Ilustrada com uma série dedicada justamente a pegar um ícone infantil dos quadrinhos (não confundir com ícone dos quadrinhos infantis) e também fazer o relógio andar para alcançar a puberdade da personagem. A escolhida como primeira vítima foi a criação mais famosa do hermano Quino: a existencialista revolucionária Mafalda.

Como entre os desenhistas citados estão os dois mangakas mencionados nos posts anteriores, vamos começar a seleção de Mafaldas teen com eles. Primeiro Douglas MCT, que se inspirou no célebre quadro de Eugéne Delacroix "A Liberdade Guiando o Povo" para sua versão (desconfio que ela iria preferir a Igualdade como guia...)


Ele explicou detalhes do desenho naquele blog: "Da direita para esquerda, outros personagens de seu universo também cresceram e tomaram uma posição ao seu lado: seu irmão caçula Guille, o sonhador Felipe, a Mafalda revolucionária em si, e o ambicioso Manolito. Ajoelhada, está a perspicaz Libertad, ali confusa na situação".

Ulisses Perez também fez sua experiência e, ao contrário do parceiro de Hansel e Gretel, não trocou a influência nipônica por inspirações gaulesas:


Mas ele fez questão de esclarecer que não está escrito nada em japonês naquela simulação de ideogramas: "é só brincadeira!"

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